Produção de álcool gel caseiro traz riscos e confronta legislação

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Uso do álcool líquido em alta concentração aumenta chance de acidentes

    A produção caseira do álcool em gel é arriscada e contraria a legislação brasileira, avalia o Conselho Federal de Química (CFQ). Com o surto de coronavírus e a falta do antisséptico em diversas farmácias ou supermercados do país, têm circulado pela internet receitas caseiras para produção de álcool em gel a partir do álcool líquido concentrado.

    De acordo com a entidade, o uso do álcool líquido em elevadas concentrações aumenta o risco de acidentes que podem provocar incêndios, queimaduras de grau elevado e irritação da pele e mucosas.

Além disso, a venda de álcool líquido em concentrações superiores a 54°GL (Gay-Lussac) é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2013, que considerou os riscos oferecidos à saúde pública decorrentes de acidentes por queimadura e ingestão. Para soluções com graduação acima de 54°GL, a norma permite a forma em gel.

   Em nota, o CFQ afirma que os produtos industrializados (álcool em gel vendido em farmácias e supermercados) passam por rigoroso processo de produção. Há padrões a serem seguidos, todas as etapas são monitoradas e há um controle de qualidade para padronização e regularidade dos produtos disponibilizados ao consumidor final.

Já o álcool em gel fabricado a partir de receitas e métodos caseiros não passa por controle de qualidade e, por isso, não há garantia de que seja eficiente.

   De acordo com o CFQ, o álcool em gel, por ser considerado antisséptico, é eficaz no combate e na prevenção ao novo coronavírus e sua indicação é pautada em medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias. Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%, recomendado pela Anvisa para os serviços de saúde brasileiros e indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de medicamentos essenciais.

   Os produtos químicos usados para desinfecção são chamados germicidas (desinfetantes ou antissépticos).

   Os desinfetantes devem ser usados em superfícies e objetos inanimados. Já os antissépticos são aplicados em tecidos vivos como pele e mucosas e, por isso, sua composição deve ser pensada de modo a não causar irritação.

   Além do álcool em gel, as autoridades de saúde recomendam para higienização das mãos a lavagem com água e sabão. De modo geral, sabões e detergentes, graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da flora microbiana na superfície da pele.

O CFQ ressalta que não é recomendado o uso do vinagre contra o novo coronavírus.

   O conselho afirma que o mais recomendado para equipamentos eletrônicos é o uso do álcool isopropílico, uma vez que é menos passível de se misturar com a água, dificultando a oxidação das peças. Deve-se ter cuidado com a quantidade de produto aplicada, não devendo molhar o equipamento. Basta aplicar com um pano/lenço/papel embebido no álcool. Agência Brasil.

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