Espetáculo infantil As histórias de Benê usa língua brasileira de sinais, humor e aventura para incentivar a leitura

Crédito Caio Oviedo

Em nova circulação por bairros de São Paulo, Trupe Arlequinos & Colombinas abraça a diversidade e inclusão de todas as crianças em espetáculo que promove o incentivo à leitura.

     O espetáculo As histórias de Benê é um infantil inclusivo e regado de amor. Produzida pela trupe Arlequinos & Colombinas, a peça une humor e aventura para promover o incentivo à leitura e o resgate das brincadeiras populares. A peça tem direção artística de Jhonnã Bao, a dramaturgia é de Jenifer Costa e Bella Santos, que também integram o elenco ao lado de Ingrid Arruda.

   O grupo fará uma circulação por bairros periféricos da cidade, em apresentações gratuitas entre 23 de março a 5 de maio. As sessões acontecem na Biblioteca Nuto Sant’Anna (23/03), CÉU Tremembé (2/04), Biblioteca Jayme Cortez (9/04), Biblioteca Afonso Schimdt (12/04), Casa de Cultura da Vila Guilherme (13/04) e Céu Jardim Paulistano (5/05).

   O grupo também vai circular com apresentações exclusivas em SAICAS, Emebs, Escolas municipais e estaduais da rede pública e bibliotecas, como a EMEBS Mário Pereira Bicudo, SAICA Sol e Vida, EMEF Júlio de Oliveira, E.E. República da Bolívia, entre outras.

   O espetáculo apresenta uma trupe de circo, recheada de contos, que chega à cidade Livraria do Norte e conta a história de Benê, uma criança que não gosta de ler e tem dificuldade para se comunicar. Benê então mergulha em um livro mágico e se depara com contos populares de tradição oral disseminados em diversas regiões do Brasil. Ela aprende que os livros e o aprendizado de novas linguagens podem ser sua ponte para o futuro e o conhecimento.

  A dramaturgia tem um gostinho especial de amor de avó, pois é inspirado nas histórias que a Dona Francisca, avó de Jenifer contava para ela durante sua infância. Mas também contém um mundo de vivências e inspirações culturais: o poeta Manoel de Barros e suas provocações sobre o brincar, Carolina Maria de Jesus e sua literatura preta e popular, e a cultura popular e regional, como a literatura de cordel, as brincadeiras de fita, o repente e a literatura fantástica.

  “O texto nasceu muito de memórias e inquietações que as dramaturgas já tinham, buscando esse lugar da oralidade, de histórias que eram contadas por povos africanos e que foram repassados ancestralmente, e do circo”, explica a diretora. O protagonista da peça é universal e carrega um pouco de cada criança que a companhia encontrou pelo caminho, e sua construção buscou expressar essa multiplicidade.

  Para Jhonnã Bao é um presente poder falar sobre diversidade e acolhimento para crianças de maneira natural. “É um espetáculo infantil dirigido por uma travesti preta da periferia de São Paulo. Em um país em que temos um dos maiores índices de transfobia do mundo e onde a nossa humanidade é negada, dirigir um espetáculo infantil reivindicando a minha infância e sonhando com uma velhice próspera e saudável também faz parte dessa reinvenção de imaginários que a gente quer construir. Ele é mais uma semente no solo que a gente mais acredita: a infância”, conta.

A importância da inclusão

   Foi justamente do contato com as crianças que a trupe resolveu adotar a língua brasileira de sinais. Enquanto fazia sua pesquisa, Jenifer trabalhou com algumas crianças surdas. O grupo conta que teve dificuldade para encontrar outras peças infantis que utilizassem a língua brasileira de sinais e, portanto, fossem acessíveis para esse público.

“Como uma ferramenta de arte e educação, é importante que nós falemos português e também em Libras, tendo esta como nossa segunda língua, para que a gente possa acolher as pessoas e também estimular que outras companhias também pensem nessa comunicação”, destaca Jhonnã.

   A diretora diz que a incorporação das duas linguagens também foi um desafio artístico para o grupo, porque estimulou as atrizes a buscarem novas expressões corporais. Com aprovação por edital do Proac, a companhia Arlequinos & Colombinas passou a pesquisar a língua brasileira de sinais e a linguagem circense para a produção do espetáculo. Então, além dos ensaios para a peça, a trupe também organizou uma oficina de Libras aberta ao público. O espetáculo estreou em julho de 2022 realizando uma série de apresentações por pontos culturais de São Paulo e agora está circulando através do edital do programa VAI (Valorização de Iniciativas Culturais).

Ficha técnica:

Dramaturgia: Bella Santos e Jenifer Costa. Direção artística: Jhonnã Bao. Elenco: Bella Santos, Caroline Mazeto, Ingrid Arruda e Jenifer Costa. Provocação Cênica: Beatriz Barros. Orientação de libras: Victoria Oliveira. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Fotografia: Caio Oviedo.

Serviço:

Espetáculo infantil As histórias de Benê

Ingressos: Grátis.

Duração: 60 minutos.

Classificação: Recomendado a partir de 4 anos,

Sessões com acessibilidade em Libras.

Dia 23 de março, sábado, às 11h

Biblioteca Nuto Sant’Anna

Praça Tenório de Aguiar, 32 – Santana, São Paulo.

Dia 2 de abril, terça-feira, às 10h e 14h30

CÉU Tremembé – Rua Adauto Bezerra Delgado, 94 – Parque Casa de Pedra, São Paulo.

Dia 9 de abril, terça-feira, às 15h

Biblioteca Jayme Cortez – Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 – Limão, São Paulo.

Dia 12 de abril, sexta-feira, às 9h

Biblioteca Afonso Schimdt – Av. Elísio Teixeira Leite, 1470 – Vila Cruz das Almas, São Paulo.

Dia 13 de abril, sábado, às 15h

Casa de Cultura da Vila Guilherme – Casarão – Praça Oscár da Silva, 110 – Vila Guilherme, São Paulo.

Dia 5 de maio, terça-feira, às 14h30

Céu Jardim Pauslitano – R. Aparecida do Taboado, S/N – Jardim Paulistano (Zona Norte), São Paulo.

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