Mitos e verdades sobre gripes e resfriados

gripes

Dra. Ana Clara Toschi. Divulgação

Por Ana Clara Toschi*

Doenças típicas do inverno, as gripes e resfriados acometem pessoas de todas as idades.

         Gripes e resfriados são infecções virais nas vias respiratórias e apresentam sintomas semelhantes. Entretanto, a diferença entre as duas enfermidades está relacionada à duração e à intensidade dos sintomas, e a gripe pode desencadear sérios problemas de saúde.

   A gripe é causada pelo vírus influenza, enquanto o resfriado pode ser causado por mais de 200 vírus, sendo o rinovírus o mais comum.

   Em crianças, idosos e pessoas com imunidade mais debilitada, a gripe pode apresentar complicações pulmonares. Os asmáticos e pessoas com outras doenças respiratórias e cardíacas também podem ter a condição agravada, tanto por gripes ou resfriados.

   Os sintomas mais comuns são coriza, congestão nasal, tosse, dor de cabeça e dor de garganta. Febre pode estar presente nas duas enfermidades, mas de intensidade e duração maior na gripe. Esta última também pode causar dores no corpo.

Mitos e Verdades

1. A gripe é um resfriado forte e o resfriado é uma gripe fraca?

Não. Gripes e resfriados são causados por vírus respiratórios distintos. Embora tenham alguns sintomas semelhantes, os sintomas da gripe são de maior intensidade e duração.

2. Quem fica perto de alguém gripado pode também ficar doente?

Sim. O vírus da gripe é transmitido principalmente através de gotículas respiratórias que se espalham no ambiente, por isso, o contato próximo aumento o risco de contágio.

3. Hábitos saudáveis previnem gripes e resfriados?

Alguns hábitos auxiliam o sistema imunológico e, por isso, podem prevenir gripes e resfriados, já que o organismo fica mais resistente às infecções. Alimentação equilibrada e rica em vitaminas e minerais, bem como prática de atividades físicas são alguns deles.

4. Tomar sorvete no inverno, abrir a geladeira, sair de cabelo molhado podem provocar gripe/resfriado?

Não. Ao contrário do que é disseminado pela crença popular, esses fatores não causam gripe, já que as gripes são causadas por vírus.

5. Álcool em gel elimina o vírus da gripe?

Sim. Higienizar corretamente e com frequência as mãos com água e sabão ou álcool em gel ajuda a conter a disseminação dos vírus, incluindo o da gripe.

6. A vacina contra influenza causa gripe?

Não. As vacinas da gripe disponíveis no Brasil utilizam vírus atenuado ou inativo, incapazes de causar infecção. No entanto, a resposta vacinal demora cerca de duas semanas após a vacinação e, neste período, é possível que a pessoa vacinada contraia a gripe. Outro ponto a ser levado em consideração é que, como outras vacinas, o imunizante contra influenza pode ocasionar reações adversas.

7. A vacina influenza dura para sempre?

Não. Devido à alta taxa de mutação do vírus influenza, além do fato de que os anticorpos adquiridos após a vacinação diminuírem ao longo do tempo, é necessário aplicar nova dose da vacina anualmente.

8. É preciso tomar antibióticos para tratar a gripe?

Não. Os antibióticos devem ser usados apenas quando houver infecção bacteriana e sempre com orientação médica. Em caso de gripe, podem ser usados antitérmicos e analgésicos para aliviar sintomas da doença, como febre e dores no corpo.

9. Resfriado mal curado pode virar gripe?

Não. Resfriados e gripes são causados por vírus diferentes. O que pode ocorrer é infecção pelo vírus influenza após o resfriado, devido à baixa imunidade.

10. Beber água ajuda a combater gripes e resfriados?

Sim. A hidratação adequada fluidifica mais as secreções e, assim, auxilia a expectoração e a tosse.

11. No inverno, ocorre ambiente mais favorável para gripes e resfriados?

Sim. Durante o inverno, ocorre uma tendência maior de as pessoas se aglomerarem em ambientes fechados, pouco ventilados, o que favorece a proliferação dos vírus.

* Ana Clara Toschi é pediatra graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Com residência médica em Pediatria pelo Instituto da Criança HC FMUSP e especialização em Pneumologia pela mesma universidade, hoje atua como pneumologista pediátrica na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

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