Ministério da Saúde orienta alimentação saudável e atividade física para combater a obesidade infantil

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A cada dez crianças brasileiras na faixa etária entre cinco nove anos, três estão acima do peso de acordo com dados do Ministério da Saúde

 

            São 2,4 milhões de crianças com sobrepeso, 1,2 milhão com obesidade e outras 755 mil com obesidade grave. Os hábitos alimentares errados, com consumo excessivo de industrializados, e a falta de atividades físicas são fatores que contribuem para o quadro de excesso de peso infantil.

            Priorizar uma alimentação saudável, incentivar que as crianças fiquem menos tempo na frente de celulares e televisão e façam mais atividades físicas  estão entre as orientações da primeira campanha de prevenção e controle da obesidade infantil, lançada pelo Ministério da Saúde. Os pilares da campanha são promoção da alimentação adequada e saudável, mais atividade física e menos tempo de tela.

            A coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, explicou que a orientação para os pais e responsáveis é descascar mais e desembalar menos, ou seja, consumir mais alimentos in natura e evitar os ultraprocessados como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e bebidas açucaradas. Além de engordar, esses alimentos prejudicam a saúde e causam diabetes, hipertensão, colesterol alto e até doenças cardíacas.

            Os dados do Ministério mostram que 15,9% das crianças menores de cinco anos têm excesso de peso. Revela ainda que o consumo de ultrapocessados começa cada vez mais cedo. Uma pesquisa de 2018 detectou que 49% das crianças de seis a 23 meses já havia consumido esse tipo de alimento.

            No Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), localizado no Distrito Federal, e que integra o Sistema Único de Saúde (SUS), um grupo multidisciplinar acompanha crianças com obesidade. O residente em nutrição, Lucas da Silva Ferreira, integra o grupo e observou que as crianças que chegam ao centro com sobrepeso consomem muito os industrializados.

            O ambiente familiar também é determinante nos casos de obesidade, segundo Lucas. Por isso, é fundamental mudar os hábitos da família.

            A psicóloga do Cedoh, Andressa Pereira, diz que tratar a obesidade ainda durante a infância é importante para evitar não apenas as complicações de saúde como diabetes e hipertensão, mas também problemas psicológicos como depressão e expor a criança a casos de bullying.

            Além de cuidar da parte alimentar, os pais também podem incentivar brincadeiras para que as crianças se movimentem mais, sugere a psicóloga. “O pai pode voltar ao passado dele, e como eram as brincadeiras, ir pra rua, jogar queimada, futebol. Envolver o filho nessas atividades. O que propomos em grupo é fazer uma caminhada, dançar com o filho, fazer alguma atividade que tire ele da tela ou do quarto”, observou Andressa Pereira.

 

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