Descarte irregular de lixo é falta de consciência e de educação do cidadão
Riselda Morais
Quem transita na cidade de São Paulo provavelmente já viu pessoas jogando papel, saquinhos, latinhas de cerveja ou refrigerante, copo descartável, filtro de cigarro pela janela do carro, ou simplesmente o pedestre jogando no meio da rua, como se ao jogar tivesse se livrado do resíduo ou simplesmente ele deixasse de existir.
Nas margens dos córregos o problema de descarte irregular de lixo se agrava ainda mais.
Na Avenida Dr. Bernardino Brito Fonseca de Carvalho em Vila Matilde, Zona Leste da capital paulista, a falta de consciência e de educação das pessoas é tamanha, que jogam lixo doméstico na margem do Córrego Gamelinha, pneus e entulho nas calçadas da avenida, mesmo tendo dois Ecopontos ao longo da avenida.
Com atitudes assim, o resultado são transtornos que atingem todas as camadas sociais e moradores de todas as faixas etárias e de todos os bairros.
O lixo jogado nas ruas é carregado pelas chuvas para dentro das redes de drenagem e, com isso, as galerias ficam entupidas; é então que a água, que não tem por onde escorrer, alaga ruas e dificulta a passagem de veículos e pedestres, invade casas e comércios. O resultado são os alagamentos e os prejuízos por eles acarretados, como a perda de móveis, veículos, comércios e até vidas, além de trânsito lento ou interrompido e proliferação de doenças.
O lixo descartado irregularmente, além de servir de abrigo e alimento para ratos, baratas, escorpiões, moscas, pernilongo e mosquitos como o Aedes Aegypti, que são pragas urbanas e vetores de doenças, contamina o solo, córregos, rios e mananciais.
As doenças mais comuns transmitidas pelos roedores, insetos e mosquitos são a leptospirose, peste bubônica, tifo murino, febre tifoide, cólera, malária, febre amarela, dengue, Zica, Chikungunya, leishmaniose, elefantíase, diarreia, viroses e hepatites.
Em casa, ao jogar óleo nos encanamentos domésticos, a pessoa está contaminando o solo e os mananciais que são essenciais para o fornecimento da água que consumimos.
Estas atitudes também aumentam os custos com tratamento de esgoto, com limpeza das vias públicas e com limpeza e desobstrução das galerias, esta conta, todos nós pagamos.
A cidade de São Paulo, produz, em média, 20 mil toneladas de lixo por dia, destes, cerca de 12 mil toneladas são resíduos domiciliares e a outra parte divide-se entre resíduos de saúde, restos de feiras livres, podas de árvores, entulho etc.
O lixo tem como destino aterro sanitário, incineração, compostagem e reciclagem.
A cidade de São Paulo recicla menos de 2% do lixo produzido diariamente. Precisa melhorar e muito na questão de educação ambiental. A coleta seletiva do lixo é uma prática fácil e que contribui bastante para a redução do lixo destinado aos aterros e, além de colaborar com a preservação do meio ambiente ainda é uma forma de muitas pessoas ganharem dinheiro.