Cia Teatro Documentário apresenta Documenta SP

Documenta SP

Divulgação

Segunda Mostra de Experimentos Cênicos Documentais em Espaços Públicos acontece de 15 de outubro a 20 de novembro com entrada gratuita

A Companhia Teatro Documentário apresenta o Documenta SP – Segunda Mostra de Experimentos Cênicos Documentais em Espaços Públicos – As encruzilhadas como microcosmo da cidade. As sete apresentações gratuitas fazem parte do projeto O Teatro na Encruzilhada que foi contemplado com a 38° Edição da Lei Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Acontece de 15 de outubro a 20 de novembro em seis bairros da cidade: Barra Funda, Bixiga, Mooca, Bela Vista, Jardim Oriental e Santana.

Os diferentes experimentos são resultantes de um dos cinco diferentes núcleos de investigação cênicos documentais propostos pela Cia para este projeto. Cada um deles, ao final de quatro meses de convivência, elaborou uma proposta de caráter teatral, a ser compartilhada na mostra que acontece me espaços públicos.

Em 2015, a Cia. realizou a primeira edição da Mostra Documenta SP, na qual, foram compartilhados experimentos cênicos resultantes das pesquisas realizadas dentro de quatro cemitérios da capital. Agora, em sua segunda edição, serão apresentados quatro experimentos, entre eles quatro encenações e três mediações, tendo como foco as encruzilhadas como microcosmo da cidade.

Objetivo: encontrar nas esquinas da cidade os vestígios da São Paulo encantada, descobrir por meio da documentação quem são os ancestrais das esquinas, quais hábitos e costumes e culturas ali existiram. Evidenciar um entendimento expandido de encruzilhada, trazendo a cena elementos das culturas iorubá e banto, dos batuques, das congadas e de todos os encantamentos escondidos nas frestas de onde as ruas dobram.

Programação Documenta SP

1 – Todos os caminhos levam a Barra Funda – Experimento Cênico Documental, resultado da oficina Zona Oeste, coordenada por Danielle Lopes.

Datas e horários: 15 e 16 de outubro, sábado e domingo às 16h.

Ponto de encontro: na encruzilhada da rua Marta, 30, Barra Funda.

Experimento cênico documental acerca das contradições do progresso.

2 – Mediações em encruzilhada: A boca do mundo e os espaços de encontros públicos – Ato artístico na Zona Oeste, resultado da oficina de Mediação na Zona Sul, coordenada por Aline Ferraz.

Datas e horários: 15 e 16 de outubro, sábado e domingo, às 17h.

Ponto de encontro: na encruzilhada da rua Barra Funda, 1086, Barra Funda

Mediação cênica a partir de ações coletivas que buscam conferir visibilidade para espaços da cidade e moradores historicamente apagados.

3 – Colônia Penal. Um documentário cênico: a escola contra a barbárie – Experimento Cênico Documental, resultado da oficina Zona Leste, coordenada por Gustavo Curado.

Datas e horários: 22 e 23 de outubro, sábado e domingo, às 15h.

Ponto de encontro: na encruzilhada da Rua Jaibarás, 360 A, Mooca.

O documentário cênico brincante versa sobre propostas de descolonização e o espectador é convidado a cruzar incertezas da história oficial e a reaprender a ler as cenas que compõem à boca do mundo. A encenação trata de questões como desmatamento, racismo e perseguição com perspectivas lúdicas e poéticas.

4 – Cantei um pássaro ontem, com um verso que lembrei hoje – Experimento Cênico Documental, resultado da oficina Zona Central, coordenada por Marcio Rossi.

Data e horários: 5 e 6 de novembro, sábado e domingo, às 17h.

Ponto de encontro: na encruzilhada da rua Treze de Maio, 499, Bixiga.

Nos cantos do Bixiga, memórias do samba e da cultura popular surgem para revelar a história de um Brasil em desafino. Passado, presente e futuro materializados na encruzilhada de um bairro que precisa relembrar para existir: entre o entardecer e o anoitecer, cantei um pássaro ontem, com um verso que lembrei hoje, pretende ser uma experiência que liga os tempos.

5 – Os 13 Buracos – Experimento Cênico Documental, resultado da oficina Zona Centro/Norte, coordenada por Alan Paes e Marcelo Soler

Datas e horários: 12 e 13 de novembro, sábado e domingo, às 15h.

Ponto de encontro: na encruzilhada da rua Prof. Laerte Ramos de Carvalho, Bela Vista, embaixo do viaduto, na altura do número 17.

A partir da lembrança do assassinato de Mineirinho em 1962, uma espécie de Robin Hood dos morros cariocas, eternizado por uma crônica assinada por Clarice Lispector, cenas documentais surgem nos “cruzos“ de uma esquina do Bexiga.

6 – Mediação; ou convite para o lado de fora – no Centro de Culturas Negras do Jabaquara, resultado da oficina de Mediação na Zona Sul, coordenada por Aline Ferraz

Data e horário: 19 de novembro, sábado, às 10h30.

Ponto de encontro: Na encruzilhada da rua Arsênio Travolieri, 45, Jardim Oriental.

Propostas medianeiras sobre o espaço reservado à valorização e a difusão da cultura negra na cidade de São Paulo.

7 – Samba em Cruzo – resultado da Oficina na Zona Centro/Zona Norte, coordenada por Alan Paes e Marcelo Soler 

Data e horário: 20 de novembro, domingo, às 15h.

Ponto de Encontro: Em frente da ETEC das Artes, na Avenida. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana.

Em uma roda de samba, lembranças de um processo de descoberta da encruzilhada como lugar de construção de conhecimento e resistência.

Durante este processo, a ideia era sentir e vivenciar a cultura da encruzilhada e como ela impacta e está presente na nossa vida cotidiana. Os interessados em participar foram convidados a trazer suas impressões e somar com o grupo o que tornou as encenações memórias vivas e reais”, afirma o diretor da cia, Marcelo Soler.

 

+ Cia Teatro Documentário

   A Cia existe desde 2006 e, como o nome indica, estuda as peculiaridades do Teatro Documentário, tanto em termos práticos como teóricos. O primeiro trabalho apresentado com o nome da Companhia foi um estudo cênico intitulado “Desde quando eu ainda era Travesti ou Lamentos do Palácio das Princesas”, na série Experimentos do TUSP em 2007.

   Em torno da concepção do grupo foram realizados três colóquios sobre aspectos da presença de documentos na cena teatral. Marcelo Soler, membro da Companhia, em 2010, publicou pela Editora HUCITEC o livro “Teatro Documentário: a pedagogia da não ficção”. Nesse mesmo ano o grupo estabelece sua sede: A “Casa do Teatro Documentário”, no bairro do Bixiga, que foi um espaço de ensaio, cursos e lugar para apresentações dos discursos cênicos da companhia, abrigou grupos e artistas “sem sede”; realizou oficinas públicas de apropriação da linguagem cênica documental e aperfeiçoamento teórico e prático dos artistas.

   Ao longo destes dezesseis anos de história, muitas encenações, oficinas e estudos aprofundados, tanto em termos práticos como teóricos, através das peculiaridades do Teatro Documentário, numa tentativa de construir um trabalho amplo em torno do tema. Hoje a Cia é composta de seis artistas.

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