A recente pesquisa elaborada pela IBM, AI Adoption Index 2021, mostra que as empresas nacionais lideram a implementação de inteligência artificial, representando 40% das companhias no Brasil. No caso do setor óptico, meu segmento, o uso do reconhecimento facial ainda é uma novidade e ajudará a produzir óculos cada vez mais perfeitos ao uso, o que permite oferecer modelos para todos os tipos de rostos e narizes, o que significa um belo processo inclusivo. Para isso, a inteligência artificial ajuda a identificar os pontos críticos da face e cria oportunidades de fabricação personalizada.
Embora muitas práticas do setor ainda sejam consideradas conservadoras, a pandemia de Covid-19 contribuiu para o processo de digitalização do mercado, visto que mais pessoas perderam o medo e passaram a comprar seus óculos pela internet. É o que também aponta os dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), mostrando que a quantidade de compras online realizadas no Brasil em 2020 deu um salto de 70,3%, indicando que o período de isolamento social fez com que a demanda de clientes migrasse para o ambiente virtual.
As pesquisas e estudos apontam que a tecnologia chegou para ajudar e será, cada vez mais, uma realidade para as empresas de pequeno, médio ou grande porte. Inclusive, é muito importante nos atentarmos às regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), respeitando todos os direitos de privacidade dos clientes e adequando os negócios de acordo, principalmente quando tratamos de inteligência artificial e captação de rostos.
Outro ponto que merece destaque é a maneira como o uso da inteligência artificial pode contribuir para o fim da pirataria do setor óptico, pois quando o cliente entende os benefícios de obter um óculos personalizado, ele passa a querer adquirir o item customizado. Isso impede que o produto seja replicado, visto que a pirataria se baseia na multiplicação ilimitada de uma mesma peça.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 90% da população entre 45 e 70 anos, equivalente a 38 milhões de pessoas, apresentam dificuldades para enxergar, o que mostra que o setor óptico tende a crescer nos próximos anos, seja na gestão ou no uso de novas tecnologias. Além disso, a combinação entre óculos, seja de grau ou sol, como moda e estilo cresce cada vez mais, pois a tendência é de que a peça seja funcional, ajudando no tratamento clínico dos olhos, com qualidade, estilo e custo-benefício.
O avanço no varejo óptico é muito claro e trará grandes transformações nesta década, podendo transformar o setor em um varejo de ponta. Isso nos deixa cada vez mais otimistas, pois este é um mercado presente em vários momentos na vida das pessoas.
*Ivan Cavilha é formado em Gestão de Marketing, com MBA em Administração de Negócios pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ivan conta com mais de 18 anos de experiência no setor óptico, mais especificamente nas áreas de marketing e vendas de grandes empresas. O executivo foi responsável pelo desenvolvimento da startup Absurda e foi gestor comercial do canal óptico da Chilli Beans, com foco em óculos de grau. Após viagens para diversos países e pesquisas para aprofundar ainda mais o seu conhecimento, Ivan uniu a experiência que conquistou ao longo de sua carreira e a vontade de empreender para liderar seu próprio negócio. Em 2018, criou a Yoface, primeira empresa a produzir óculos impressos em 3D no país, por meio de inteligência artificial e manufatura aditiva, com produtos altamente sustentáveis, peças exclusivas e customizadas.